sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Quando o Carnaval chegar


Querido José,

Quando o Carnaval chegar, vamos lembrar de você.  Foi numa sexta-feira de Carnaval que você chegou e encheu nossas vidas de luz, no sentido mais amplo que existe. Com você, aprendemos que a vida nem sempre é como sonhamos ou planejamos, e sim como é. Aprendemos muitas lições, choramos, sofremos, sentimos. Mas crescemos.  Muito. Nós apenas? Não, pois durante sua trajetória por aqui, as pessoas se aproximaram, se abriram.  Você nos deixou um legado, uma herança preciosa, cheia de pessoas queridas, de amor, de fé, de espiritualidade, e acima de tudo, de amor.

E aqui com meu barrigão lindo, quando o Carnaval chegar, vou lembrar de você. Quando completar um ano do seu nascimento, teremos oito meses de gestação da sua irmã, que agora se mexe aqui na  barriga. Joana, que quer dizer "Deus é cheio de bençãos". E no dia 16 de março, quando um ano da sua partida marcar, entraremos no nono mês, e ela estará prontinha, apenas esperando a hora de vir.

E quando a Páscoa chegar, vamos lembrar de você, com ela aqui no meu colo. Talvez choremos. Porém, mais do que nossos pensamentos ou lágrimas, o que mais tenho para te dar é meu amor. E amar-te significa libertar-te. Libertar todos os dias. Lembrar, sentir, e em seguida libertar, enviando nosso amor com o vento, com o sopro que sai dos nossos pulmões quando sentimos saudades.  Com a água que escorre dos olhos quando choramos de amor. 

Hoje sou lua crescente, amanhã serei lua cheia. Mas já fui minguante e já fui escura. Já fui até um céu sem lua. E depois, serei lua nova. E sou a lua que recebe a sua luz, porque você é o Sol, José, é o meu Sol.