sábado, 3 de março de 2012

Aniversário de um ano, homenagem


No dia 4 de março de 2011 nasceu um bebê chamado José Luis. Embora tenha tido uma gestação perfeita e nascido a termo, José enfrentou desafios maiores do que seu corpo conseguiu suportar. Pouco antes de completar seu décimo segundo dia de vida, foi embora. 

Apesar de nunca ter falado ou aberto os olhos, José deixou grandes lições para as pessoas ao seu redor. Por causa dele, amigos se formaram. Pensando nele, pessoas se aproximaram, passaram a rezar, refletir, e até mudaram um pouco sua forma de ser. Todos se elevaram para conversar com José. O bebê partiu, mas deixou sua luz.

Um ano se passou. Hoje, nós, pais de José, estamos grávidos de uma menina, que chegará em algumas semanas para encher de alegria a casa que ficou órfã de bebê. O irmão de José, Pedro Luis, com apenas 3 anos e meio, fala sempre do seu “irmão que está no céu, que brinca numa nuvem e dá beijinhos invisíveis na gente”.

As saudades e a lembrança guardamos, mas a tristeza e o sofrimento, escolhemos deixar ir embora. À sua maneira, José tem seu lugar na família, tem sua história, que nunca será esquecida. Uma história que ainda está sendo escrita, com amor e paciência, e quem sabe um dia estará acessível para ajudar mães e pais na intensa e engrandecedora experiência do viver e do morrer.

Às 21h57 de amanhã, dia 4 de março, se você se lembrar do José, reúna-se com os seus e acenda uma vela, faça uma prece, coloque rosas brancas na água ou escolha uma música bonita para tocar. O gesto você decide, o que importa é dedicar a ele. Homenageie junto com a gente, cada um na paz do seu lar, mas todos juntos em vibração, este ser que tanto nos ensinou e por quem temos eterno amor e gratidão.

E quando a Joana chegar, aí sim, podemos nos reunir em uma bonita festa, para celebrar novamente a vida.

Paz para todos, Camila Goytacaz



sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Quando o Carnaval chegar


Querido José,

Quando o Carnaval chegar, vamos lembrar de você.  Foi numa sexta-feira de Carnaval que você chegou e encheu nossas vidas de luz, no sentido mais amplo que existe. Com você, aprendemos que a vida nem sempre é como sonhamos ou planejamos, e sim como é. Aprendemos muitas lições, choramos, sofremos, sentimos. Mas crescemos.  Muito. Nós apenas? Não, pois durante sua trajetória por aqui, as pessoas se aproximaram, se abriram.  Você nos deixou um legado, uma herança preciosa, cheia de pessoas queridas, de amor, de fé, de espiritualidade, e acima de tudo, de amor.

E aqui com meu barrigão lindo, quando o Carnaval chegar, vou lembrar de você. Quando completar um ano do seu nascimento, teremos oito meses de gestação da sua irmã, que agora se mexe aqui na  barriga. Joana, que quer dizer "Deus é cheio de bençãos". E no dia 16 de março, quando um ano da sua partida marcar, entraremos no nono mês, e ela estará prontinha, apenas esperando a hora de vir.

E quando a Páscoa chegar, vamos lembrar de você, com ela aqui no meu colo. Talvez choremos. Porém, mais do que nossos pensamentos ou lágrimas, o que mais tenho para te dar é meu amor. E amar-te significa libertar-te. Libertar todos os dias. Lembrar, sentir, e em seguida libertar, enviando nosso amor com o vento, com o sopro que sai dos nossos pulmões quando sentimos saudades.  Com a água que escorre dos olhos quando choramos de amor. 

Hoje sou lua crescente, amanhã serei lua cheia. Mas já fui minguante e já fui escura. Já fui até um céu sem lua. E depois, serei lua nova. E sou a lua que recebe a sua luz, porque você é o Sol, José, é o meu Sol.