segunda-feira, 25 de julho de 2011

Pássaros que voam juntos e sozinhos

Estes são os tsurus, também conhecidos como cegonhas. São de origem japonesa, significam boa sorte, felicidade e saúde e são feitos de papel, em origami. Reza a lenda que aquele que fizer mil tsurus terá seu pedido realizado pelos deuses.
Aprendi isso com uma pessoa que eu nem conhecia, uma mãe muito generosa, que começou a fazer os tsurus na ocasião em que meu José estava hospitalizado. Quando ele partiu, ela tomou o cuidado de embalar com muito capricho num tule lindo e me remeteu pelo correio. Qual não foi minha surpresa ao abrir a caixa e me deparar com dezenas destes pequenos pássaros, todos perfeitos, coloridos, lindos, de todos os tamanhos e cores.
Senti um amor enorme cercando minha família com este gesto. Aquele cuidado, aquela delicadeza vindo de uma desconhecida, só poderia ser a força do Amor Maior. Queria expor os tsurus pela casa, mas como?


Então meu marido sugeriu um móbile. Pedimos à minha cunhada, muito talentosa, que cuidasse disso. E em meio à dor e toda a nossa preocupação em continuar vivendo, esquecemos dos passarinhos.
Eis que ontem eles voltaram. Voando, lindos, em círculo. Fortes e delicados ao mesmo tempo, como foi meu José. Presentes na terra e no céu, como meu José. Únicos, especiais, inesquecíveis, como meu José. Vieram voando e trouxeram bons ventos, novos ares.
Obrigada à Rita Moraes por toda a vida, energia e amor que colocou em cada dobradura. Obrigada à Maria Fernanda pela perfeição no equilíbrio dos pássaros, de modo que consigam voar, uns atrás dos outros, sempre juntos mas também sozinhos. E não é assim que caminhamos nós, também?

?